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Tudo tem uma primeira vez: Acessibilidade Web

Publicado em: 2006-12-1 — 14.936 visualizacoes

Conheci o Site do Maujor em uma lista de discussão sobre acessibilidade em geral. Lá recomendaram o site dele para quem se interessasse em acessibilidade web. Como o site já havia sido sugerido por amigos meus para a matéria de CSS e eu havia gostado muito, mesmo sem haver tido um contato antes com o Maurício, elogiei na lista o que tinha visto por lá.

Visto é uma forma de expressão, pois sou cego e me utilizo de leitores de tela para navegar na web e, desde que faço isso, e que resolvi ter um site, que estudo acessibilidade web. Pesquiso a teoria do W3C, WAI em suas diretrizes WCAG 1.0, as diretrizes de acessibilidade irlandesas, que nada mais são que o WCAG 1.0 muito mais didáticas e também os textos escritos por pessoas interessadas em acessibilidade, com as quais sempre aprendo muito. Entretanto, minha especialidade é mostrar e difundir acessibilidade web para pessoas que não saibam do assunto, tanto técnicos quanto leigos, para sensibilizar as pessoas à praticarem algo que deixará seus espaços na web de uso fácil para todos, para que nós, pessoas com deficiência, possamos aprender, consumir e nos distrair. Em geral não acreditam que sejamos consumidores, especialmente nós cegos, do que existe no mercado. Compro CDs para escutar, livros para amigos, manuais, preciso de movimentar minha conta bancária e saber se a devolução do meu imposto de renda já chegou. Consumo muitos serviços e boa parte deles, que poderíamos fazer sem sairmos de casa, como a maioria das pessoas, não nos são acessíveis e acabamos por ficar “barrados no baile”. Por outro lado, existem inúmeros mitos a respeito do que seria fazer acessibilidade para nós, que páginas acessíveis teriam de ser sem imagens, feias, sem graça, enfim, para cegos! (risos). Imagens, beleza e cegos não são imcompatíveis, e quando se faz acessibilidade para nós, boa parte de pessoas com outras deficiências e que enxergam de forma comum, se beneficiam. Aliás, todos se beneficiam, tendo ou não alguma deficiência, quando se faz uma página dentro dos padrões web e das regras de acessibilidade web. Não podemos nos esquecer de que, para nós cegos, os padrões de usabilidade, também comum a todos, facilitam nossa navegação mais do que possam imaginar.

Para mostrar isso tudo, pedi ao Maurício que desse uma olhada em um texto que escrevi e que está sendo impresso pela prefeitura de São Paulo, para fazer parte do projeto Acessa São Paulo, estando disponível, em breve, também em papel. Bom proveito!

Marco Antonio de Queiroz, mais conhecido como MAQ.

Leia o texto escrito pelo MAQ e publicado em seu site.

[ atualizações: ]
2006-01-12: Acabo de receber um comovido email do MAQ, agradecendo a divulgação do seu trabalho no meu Blog e dizendo-se bastante emocionado com os comentários até agora postados.
O MAQ solicitou-me ainda pedir aos meus leitores que sigam o link até o texto sobre acessibilidade por ele publicado e solicitou comentários sobre o assunto tratado, que para ele, como usuário com necessidades especiais é de capital importância. Portanto peço a vocês que deixem aqui sua mensagem/comentário para o assunto tratado pelo MAQ. Grato.

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Esta matéria foi publicada em: 2006-12-1 (sexta-feira). Subscreva o feed RSS 2.0 para comentários.
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11 comentários na matéria: “Tudo tem uma primeira vez: Acessibilidade Web”

  1. Thiago Bohn » Blog Archive » Padrões Web & Necessidades Especiais disse:

    […] Não sei quanto a vocês, mas eu não gostaria que minhas aplicações web estivessem impossibilitadas de “conversar” com todas estas cifras. Percebi o quanto a acessibilidade é importante, no dia que li o depoimento do Marco Antonio de Queiroz, mais conhecido como MAQ, no blog do Maujor. …minha especialidade é mostrar e difundir acessibilidade web para pessoas que não saibam do assunto, tanto técnicos quanto leigos, para sensibilizar as pessoas à praticarem algo que deixará seus espaços na web de uso fácil para todos, para que nós, pessoas com deficiência, possamos aprender, consumir e nos distrair. Em geral não acreditam que sejamos consumidores. […]

  2. André Sam!No Gravatar disse:

    Eu meio que quebro a cabeça com isso ainda …. mas tou achando massa

  3. Bi PereiraNo Gravatar disse:

    Na verdade, a questão da disponibilização de conteúdo para TODOS deveria ter o mesmo peso de leis que obrigam (sim, estamos no país do cinto de segurança obrigatório sujeito à multa) um acesso de rampa para deficientes físicos em shoppings e lojas e escolas de todo o tipo e não ser um “adicional” que alguns profissionais de web conscientes possam oferecer, eventualmente. O que quero dizer, particularmente tocado por este texto, é que a necessidade de disponibilização de conteúdo acessível a todos é urgente e necessária. Parabéns pelo belíssimo texto.

  4. diego nunesNo Gravatar disse:

    Já conheço o MAQ de outros carnavais e sempre apoiei a difusão da acessibilidade para todos — não só para os que têm deficiência visual — e fico feliz em ver que ele continua na ativa, tentando elucidar um pouco essa questão de acessibilidade.
    Espero que muitos outros que leiam esse texto também se interessem pelo assunto e aprendam como fazer do uso de seus sites uma experiência agradável para os visitantes, quaisquer que sejam suas necessidades.

    Amplexos.

  5. MAQNo Gravatar disse:

    Oi todos, oi TFox:

    O texto que vou indicar é para saber onde pegar o que chamamos de leitores de telas, que são os softwares que lêem a tela para nós cegos. Tem um texto sobre acessibilidade, mas é antigo, ok? Seguindo o texto vai ver os endereços dos fabricantes. O melhor é o Jaws.
    http://www.bengalalegal.com/acesso.php

    No entanto, gosto mais do texto http://www.bengalalegal.com/nocoes.php para quem quer saber algo mais sobre os leitores de telas.
    Obrigado por ter perguntado.

    Abraços amigos, acessíveis e fáceis de serem usados. MAQ.

  6. TFoxNo Gravatar disse:

    Já há algum tempo me “envolvi” com os padrões web, acessibilidade, usabilidade, etc. No entanto, uma coisa que nunca consegui fazer é testar como os sites que faço ficam quando são acessados por algum portador de necessidades especiais.

    Quem sabe o MAQ, o Maujor, ou alguém que esteja lendo/ouvindo possa ajudar neste sentido. Qual programa pode-se usar para saber como realmente o site estará para os portadores de necessidades especiais? Qual o nome do programa que lê a tela, ou algo assim?

    Essa é uma dúvida que tenho. De repente é a dúvida de mais alguém…

  7. Exper AguiarNo Gravatar disse:

    Perfeito, MAQ, muito bom, a visão de alguem diferente…. você já pensou
    em mandar esse texto como mala direta? tudobem, é span, mas irá sensibilizar alguns,com essa necessidade. umdia você poderá entrar no baile, tenha certeza disso

  8. Newton de Góes HortaNo Gravatar disse:

    Excelente o artigo do MAQ. Completo, bem escrito e altamente esclarecedor. Parabéns!

  9. Roberto MachadoNo Gravatar disse:

    Esse texto foi lindo. A ‘visão’ de um cego.

  10. Rafael OliveiraNo Gravatar disse:

    Ótimo texto mesmo!

    Excelente para quem, ainda, acha que acessibilidade e usabilidade são fatores de pouco peso, ou mesmo inúteis! Acho legal ressaltar esse trecho do texto também:

    Consumo muitos serviços e boa parte deles, que poderíamos fazer sem sairmos de casa, como a maioria das pessoas, não nos são acessíveis e acabamos por ficar “barrados no baile”.

    Acredito que só esse trecho já demonstre como é importante prezar por esses dois itens!

    Té! =)

  11. MicoxNo Gravatar disse:

    Ótimo texto.
    Espero que os webmasters que brigam contra a acessibilidade leiam.

Comentário:





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